A MONTANHA - a beleza em alta velocidade - lindo!!!

domingo, 13 de julho de 2008

Divagações sobre "EU"

"Quem sou eu? Esta ou aquela?
Sou eu uma, hoje, e outra, amanhã?
Sou eu ambas ao mesmo tempo?"

(Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão - adaptação apenas para o feminino)


"Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!"

(Fernando Pessoa - trecho de "Tabacaria")



Preencher "Quem sou eu" no perfil aqui do Blog me trouxe à lembrança esses trechos que gosto, a respeito da incerteza de quem somos, afinal.

Não que realmente não saiba quem sou... talvez só não saiba completamente. Talvez eu não esteja totalmente pronta. Responder esse tipo de questão sempre me faz pensar muito.
Parece que sempre estamos no processo de conhecer a nós mesmos, mais um pouco, mais um pouco... ouço tantas pessoas dizerem que não sabem quem são que acho que é normal.

Sei que sou filha de Deus, amada por Ele. Sei do que gosto, do que não gosto, do que me faz reagir bem ou mal. Sei que levo comigo influências fortíssimas de meus pais, de minha formação. Sei
de meus valores e princípios que tem a ver com o Reino de Deus, os quais não negocio, pois não são baseados em convicções minhas, mas no que Ele deixou determinado. É algo que escolhi seguir, e não precisa ser mudado. É, sim, definitivo.

Porém, quanto a outras questões da vida, muitas vezes me acho inconstante, mudo de idéia, de direção, em pouco tempo... não me apego a minhas próprias opiniões, por vezes, porque não tenho medo de mudá-las... Vejo de positivo nisso o fato de não ter dificuldade de, ao perceber um equívoco, rever tudo, reconfigurar... e vejo também um pouco de minha tendência aquariana de estar sempre em busca de algo mais, de algo novo, e de não me conformar com tudo como está. Junte-se a isso minha sede que me leva a buscar mais de Deus, e quanto mais O conheço, mais vejo que preciso me enxergar como realmente sou, o que implica saber que ainda tenho muito o que mudar.

Percebo então, que a mudança, a transformação do que ainda não é bom e definitivo precisa ser constante.

Dependendo de como se olha essa necessidade, pode ser algo frustrante e até depressivo, mas tenho aprendido a duras penas que enxergar pelo aspecto do quanto posso crescer e ser melhor do que sou pode ser muito reconfortante e animador. Então não posso deixar de ver também, e principalmente, a misericórdia e o amor de Deus atuantes em mim de maneira real.

Mas isto é um assunto pra outra hora...

Nenhum comentário: